A HORA DO JEFH: ÀS TRÊS SENHORAS
Três idades, três vidas, três estórias;
Uma casou-se, teve filhos, netos, os bisnetos aguarda agora.
Outra adoeceu, não se casou, nem teve filhos; não terá netos nem bisnetos á sua volta.
E a terceira deu sua vida pela segunda; tornou-se fiel cuidadora; um anjo que guarda!
Três momentos, três vidas, três sonhos.
E quem é que não sonha?
Uma casou-se; conheceu o lado bom e o outro do matrimônio.
A irmã, ao adoecer, viu perder-se de vista tal sonho.
A terceira, viu passar pretendente, mas deu-se a caridade completamente.
Tuas belezas minhas senhoras, não se acabam nunca!
Tuas carnes sim mudam, tua pele flácida abriga rugas:
Sei que neste verso não agrado a nem uma,
Porém, não vim tornar a realidade menos dura,
Mas quem pode me censurar por lapidar a vaidade em pedra bruta?
Tu não tens vaidade?
Teus cabelos foram fartos, mas hoje são escassos;
Se foram louros como o ouro, ou negros como noite,
Em prata se tornaram, e como a prata purificada
Na fornalha do tempo, branquearam;
Branco puro, como hoje é tua alma repleta de saudades,
Do presente sente o gosto, mas no passado é que ficaram as delícias da vaidade:
Quem não tem vaidade?
Pois no “presente passado”, o que era gozo e regozijos,
Ao entardecer, revelou-se precioso e perecível;
No teu rosto entalhes, vincos, marcas, traços profundos e íntimos.
No olhar,bem no entorno, triste expressão mesmo num sorriso bondoso.
Sei que brigou com o tempo, que chorou quando o viu roubar-lhe a pele lisa,
Lutou quando ele lhe trocou as formas leves e sutis por outras.
Desesperou-se quando não se reconheceu numa manhã diante do espelho.
"Impiedoso tempo, mestre de frio ofício, maldito, maldito"; disse num desatino!
Mas não chore mais; a beleza não se fora, apenas mudara;
Acredite e não fique triste:
Tu és bela mesmo sendo dona de teus oitenta,
É musa dona de noventa;
Um século de vida não lhe torna menos fêmea.
Que importa que já teve muito menos?
Teve e já não os tem, não é segredo que nada de fato nos pertença;
Mas saiba que és bela!
Não das paixões juvenis despertas,
Mas da vida humana.
Tens a beleza do tempo.
Ouça; o olhar do poeta esta dizendo...
"Aceite o novo que traz a velha aparência;
Beleza tua nunca acaba,
beleza tua apenas mudara;
Cada tempo possui sua formosura;
que cada hora, beleza única lhe traga"
E o tempo, como disse o poeta: o tempo não para.
Por Jefhcardoso - http://jefhcardoso.blogspot.com
Sabe, lendo esse poema, me lembrei muito de minha avó, hoje com 87 anos, lúcida, trabalha a tarde aqui na loja...ela vive e o tempo não para!
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Que bonito esse poema
ResponderExcluirAinn aninha que fofa sua avózinha..87 anos! que Deus a abenções muito
Ana, muito obrigado, blogosférica amiga! Um forte abraço para a sua Avó!
ResponderExcluirContinuemos. (sorrio)